
Sabe quando a gente se lembra de um versículo da Bíblia, mesmo sem tê-lo lido no dia? É como se o Espírito Santo soprasse no coração. Esses dias me veio à mente o que Jesus disse:
“Vós sois o sal da terra.” (Mateus 5:13)
Fiquei meditando sobre o sal. O sal serve para dar sabor, certo? Quando misturado com alho então… fica uma delícia. Ele realça o gosto do alimento, transforma. Mas também me veio à mente outra coisa: o sal provoca sede. E não só isso — em excesso, ele pode deixar a comida intragável. Se for demais, ninguém consegue comer. Pode até fazer mal à saúde.
E isso me fez pensar:
Como podemos ser “sal da terra” sem nos tornarmos “salgados demais”?

Jesus nos chamou para dar sabor à vida. Para sermos testemunho, presença, cura. O sal no tempo bíblico também era usado para conservar os alimentos, impedindo que estragassem. Assim somos nós: chamados para preservar valores, temperar com graça, despertar sede de Deus nas pessoas.
Mas aí vem o equilíbrio:
O sal é bom, mas precisa ser usado na medida certa.

Sal em excesso dá sede. Mas não aquela sede boa que leva à Água da Vida. Dá sede de “fugir”. De não querer ouvir mais. De não querer mais saber de fé. Sal demais pode causar rejeição.
Isso acontece quando:
Falamos de Deus com dureza, sem amor;
Julgamos sem escutar;
Impomos o evangelho em vez de vivê-lo;
Rejeitamos pessoas quando Jesus nos chamou para acolher.
E assim, em vez de alimentar, a gente afasta. Em vez de provocar sede por Jesus, provocamos resistência.

A Bíblia nos orienta:
> “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.”
(Colossenses 4:6)
Temperada. Não saturada.
Com sabedoria. Não com imposição.
Com graça. Não com arrogância.
Precisamos:
Ser presença que cura, não que pesa;
Falar com amor, não com rigidez;
Entender o tempo certo de falar — e o tempo de calar e só abraçar.

Jesus foi o sal perfeito. Ele despertava sede nas pessoas — uma sede boa, verdadeira. Ele dava sabor à vida delas, e nunca causava mal-estar com Suas palavras. Ele acolhia, mesmo ao corrigir.
Que a gente também seja assim:
Um sal que encanta, cura e transforma,
Não um sal que afasta e adoece.


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