Ela já estava lá
“E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento...”
(Lucas 7:37)
O versículo não diz que ela “entrou” na casa.
Não há nenhuma menção à sua chegada. O texto apenas diz que ela “sabendo que Jesus estava à mesa... levou”.
Dá a entender que ela já estava ali.
Já estava naquele ambiente.
Talvez em silêncio. Talvez à margem. Mas ali.
E isso nos leva a pensar:
Ela não apareceu de repente.
Ela soube que Ele estava lá e levou com ela um vaso de alabastro.
Ela não improvisou. Ela se preparou.
Ela não tropeçou naquele momento. Ela buscou aquele momento.
Com um coração quebrantado, decidido, ela levou o melhor que tinha.
Um vaso de perfume precioso. Não para si. Mas para ungir os pés d’Aquele que ela sabia que podia mudar sua história.
O texto a chama de “mulher pecadora”.
Mas não diz que era prostituta.
Essa associação foi feita mais tarde, por tradições humanas.
A Bíblia não afirma isso.
E mais: o fato de ela estar na casa de um fariseu já quebra essa ideia.
Porque uma prostituta não seria bem recebida ali.
Os fariseus evitavam até o contato físico com “pecadores” para não se tornarem impuros.
Como ela estava lá, então?
Ou ela era alguém já presente no ambiente, não considerada “imunda” publicamente,
ou era alguém cuja presença foi tolerada exatamente porque sua intenção era nobre — e dirigida a Jesus.
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Talvez ela fosse conhecida como pecadora.
Mas não sabemos por quê.
Pecado não é sinônimo de prostituição.
O texto não dá detalhes — e talvez justamente para nos ensinar que não é o rótulo que importa,
mas o que acontece entre a alma arrependida e Jesus.
Ela se posiciona atrás Dele.
Ela chora.
Ela o toca.
Ela unge seus pés.
Ela adora.
E Jesus recebe tudo.
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