“Em memória de mim” – A Ceia, a Páscoa e o Cordeiro
Às vezes a gente se esquece de algo tão simples e tão profundo: Jesus era judeu. Ele seguiu a Lei, Ele cresceu dentro da cultura e das festas que o povo de Israel sempre celebrou. E é importante lembrar disso porque muitas vezes a gente olha para a ceia do Senhor apenas pelo lado do que vivemos hoje na igreja, mas nos esquecemos de onde ela nasceu, o que ela significava naquele momento.
A ceia que Jesus teve com os discípulos foi celebrada durante a Páscoa, a Pesach, em hebraico. E a Páscoa, desde Moisés, sempre foi um memorial — uma lembrança da libertação do Egito, do sangue do cordeiro que foi passado nos umbrais das portas. A ordem de Deus era clara: “Vocês vão fazer isso como estatuto perpétuo, para que se lembrem de onde Eu os tirei.”
E então, ali, Jesus se senta com os discípulos e celebra essa mesma Páscoa. Ele estava cumprindo a Lei, fazendo o que todo judeu fazia, porque Ele mesmo disse: "Eu não vim abolir a Lei, mas cumpri-la." E é nesse contexto, nessa celebração da memória da libertação, que Jesus parte o pão e oferece o cálice, dizendo: “Este é o meu corpo... este é o meu sangue... fazei isso em memória de mim.”
Sabe o que isso me mostra? Que Jesus não anulou o sentido da Páscoa — Ele assumiu o centro dela. Ele estava dizendo: “Agora, o memorial não é mais só sobre a saída do Egito. Agora, o memorial é sobre o que Eu estou prestes a fazer: libertar vocês do pecado, da morte e da condenação.”
Ele pega o que o povo já entendia como tradição e símbolo, e dá um novo significado, colocando a Si mesmo no lugar do cordeiro. Que coisa linda! Que revelação maravilhosa! Ele estava dizendo: “Todas as vezes que vocês fizerem isso, lembrem-se de mim. Lembrem-se do que Eu fiz. Do preço que Eu paguei.”
E quando a gente entende isso, a ceia deixa de ser só um ritual no culto. Ela se torna um memorial vivo, uma lembrança viva, uma adoração verdadeira.
Jesus nos ensinou com amor, com entrega e com verdade. E tudo o que Ele fez, Ele fez dentro da obediência da Palavra de Deus. Não tem como a gente olhar para a ceia e esquecer que ela nasceu numa mesa de judeus, celebrando a Páscoa, e que o próprio Jesus, o nosso Salvador, era o Cordeiro que estava prestes a ser entregue.
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